Olá!
A jornalista Heloísa Noronha, do UOL, entrevistou alguns profissionais (inclusive eu) e fez uma interessante matéria sobre o que a mesa de trabalho revela sobre o profissional. A matéria na íntegra você encontra no UOL Comportamento.
Acompanhe abaixo o texto original enviado à jornalista.
Bjs e até!
O tema é "o que a sua mesa de trabalho diz sobre você?". A ideia é mesmo falar que impressão ela causa aos outros e se essa impressão pode ou não atrapalhar o futuro profissional.
Minha primeira indicação é: observe que tipo de empresa é a sua:
· Prefere simplicidade. Dificilmente aparece um item pessoal na mesa de alguém.
· Aceita a personalização. Fotos, papéis coloridos, adornos são aceitos, desde que discretos, que não distraiam.
· Incentiva a personalização. Fotos, papéis, bichinhos, pelúcias, balões. Tudo é aceito e praticamente nada é limitado.
Feito isso, já é possível saber o quê e o quanto personalizar o ambiente de trabalho.
Queria que comentasse os estilos abaixo:
* a mesa bagunçada
· O nome por si só diz tudo: bagunça. Possivelmente o cotidiano, a cabeça, a casa desse colaborador é assim. Por incrível que pareça, para a maioria dessas pessoas há coerência na bagunça e sabem exatamente onde está o quê. A primeira impressão é de falta de organização. Com o passar do tempo os outros se acostumam, por outro lado a imagem de bagunceiro permanece.
* a cheia de badulaques e bichinhos
· Pessoas detalhistas, que precisam de novidades e incentivos, em casos extremos infantilidade. Há ambientes próprios para esse tipo de mesa e, certamente, pertencem ao segmento das empresa que incentivam a personalização.
* a minimalista (só o básico), sem papéis, bem impessoal
· Pessoas objetivas, práticas, um tanto lógicas e organizadas. Em casos extremos, distanciamento, ou seja, o trabalho serve para ter sucesso e ganhar dinheiro, nada mais.
* a equilibrada (com uma quantidade razoável de objetos e papéis para não dar a impressão de que a pessoa é/está desocupada)
· Ausência de papéis ou alguns sobre a mesa não são indicativos de produtividade, por mais que alguns ainda pensem assim. O equilíbrio na personalização do ambiente de trabalho indica o mesmo da pessoa. O ambiente pode trazer prazer sem desviar a atenção dos resultados.
* a perfeccionista (tudo arrumadinho, lápis apontados do mesmo tamanho, livros e/ou pastas por ordem alfabética, blocos ordenados, etc.)
· Ao abrir a bolsa ou pasta de trabalho desse colaborador, provavelmente a imagem será a mesma: organização. Como todos os exageros, pode significar falta de flexibilidade e adaptabilidade. O cotidiano indicará essa tendência ou não.
* a "casa da mãe Joana" (diferente da de badulaques, que soa meio infantilóide, essa tem santos, fotos, lixa de unha, etc.)
· Além da desorganização clara, a infantilidade, o medo de crescer e ter sucesso estampam este ambiente. Parece mentira, mas há pessoas que “impedem” seu próprio crescimento, a famosa autossabotagem. Crescer dá medo, traz responsabilidades, escolhas e nem todos estão preparados para isso.
E também que responde as seguintes perguntas:
- A mesa de trabalho é importante para a imagem do funcionário? Por quê?
· A mesa de trabalho traduz o ambiente do profissional; é seu espaço único, seu pequeno mundo. Como sempre o equilíbrio é bem-vindo: uma foto da família, alguns papéis coloridos, pastas organizadas sobre a mesa causam boa impressão. Dão um “quê” de personalidade, até irreverência positiva, aliadas à seriedade que o ambiente requer.
- As pessoas (inclusive chefes e superiores) prestam atenção nisso?
· Dificilmente alguém não presta atenção, até os mais distraídos. Colaboradores são reconhecidos e identificados por suas mesas: “Sabe a Maria, aquela do gatinho de pelúcia na mesa?” ou “O João, aquele que parece que não tem família e que não trabalha, está com a mesa sempre limpa”. Se são referências positivas ou negativas, depende de cada colaborador em seu ambiente.
- Sua organização e/ou "decoração" depende do estilo de ambiente? Um ambiente mais informal - redações, ateliês ou agências de publicidade, por exemplo - permite certas características que seriam tidas como deslizes em empresas conservadoras?
· O ambiente precisa ser reconhecido, conforme o comentário inicial sobre os tipos de empresa. Aquela que incentiva a personalização tem que estar preparada para tudo e, ao mesmo tempo, saber orientar quando há exageros.
· Ambientes mais criativos, via de regra, são liberais no quesito personalização de ambientes.
· Ambientes de telemarketing, por exemplo, sempre estão recheados de mensagens, banners, balões, fotos, serpentinas, para manter a alegria, a motivação e diminuir os estresse dos colaboradores.
· Ambientes fabris podem ser mais objetivos e exigirem pouca ou nenhuma personalização. Isto porquê parte dos colaboradores não têm oportunidade de individualizar seu ambiente (no caso da linha de produção), assim a empresa opta pela igualdade de condições.
· O ambiente adequado é uma equação (por vezes nada simples) que envolve empresa + colaborador + liderança + equipe.
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